2. Desde que se uniram a Ele, vivem interrogando-se sobre a Sua identidade. O que mais os surpreende é a autoridade com que fala, a força com que cura os enfermos e o amor com que oferece o perdão de Deus aos pecadores. Quem é este homem em quem sentem tão presente e tão próximo o Deus Amigo da vida e do perdão?
3. Entre as pessoas que não convivem com Jesus corre toda a espécie de rumores, mas a Jesus interessa-Lhe a posição dos seus discípulos: "E vós, quem dizeis que Eu sou?".
4. Não basta que entre eles haja opiniões diferentes mais ou menos acertadas. É fundamental que os que se comprometeram com a Sua causa, reconheçam o mistério que se encerra Nele. Se não é assim, quem manterá viva a Sua mensagem? O que será do Seu projecto do reino de Deus? Que destino terá aquele grupo que Ele está a pôr em marcha?
5. Mas a questão é vital também para os seus discípulos. Afecta-os radicalmente. Não é possível seguir Jesus de forma inconsciente e ligeira. Têm que conhecê-Lo cada vez mais na interioridade. Pedro, recolhendo as experiências que têm vivido com Ele até àquele momento, responde em nome de todos: "Tu és o Messias!".
6. Todavia, a confissão de Pedro e limitada. Os discípulos ainda não conhecem a crucifixão de Jesus nas mãos dos seus adversários. Não podem nem suspeitar que será ressuscitado pelo Pai como Filho amado. Não conhecem experiências que lhes permitam captar tudo o que se encerra em Jesus. Somente seguindo-O de perto irão descobri-Lo com fé crescente.
7. Para os cristãos, é vital reconhecer e confessar cada vez com mais profundidade o mistério de Jesus o Cristo. Se ignoramos Cristo, a Igreja vive ignorando-se a si mesma. Se não O conhece, não pode conhecer o mais essencial e decisivo da sua tarefa e missão. Mas, para conhecer e confessar a Jesus Cristo não basta encher a nossa boca com títulos cristológicos admiráveis. É necessário segui-Lo de perto e colaborar com Ele dia a dia. Esta é a principal tarefa que temos de promover nos grupos e comunidades cristãs.
Arnaldo Vareiro