quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Para o fim de ano

Senhor, mais um ano de vida,
mais um ano de história,
para a eternidade!

Mais um ano de bênçãos e graças
que nos levam a louvar-Vos
por todos os vossos benefícios recebidos.

Obrigado, Senhor, 
pela minha família,
pelos meus pais.

Obrigado Senhor, pelo dom
da vossa Presença Eucarística,
pelo Evangelho, a Igreja,
o Papa, os Sacerdotes 
e os Consagrados.

Obrigado, Senhor, pelo dom
da educação, pela cultura,
pelo progresso da ciência
e do pensamento humano.
Obrigado, Senhor, por tudo 
o que de bom nos aconteceu durante o ano.

Recebei também um acto
de "arrependimento" pelos
pecados que poderia ter evitado
e não evitei:
Pai nosso...

Votos de um 2010 abençoado, vivido na Plenitude!
Arnaldo Vareiro

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Maria, mulher rodeada pelo amor redentor e santificador de Deus

Celebrar a Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria é fazer memória do ano de 1854, quando o Papa Pio IX proclamou, na Bula Ineffabilis Deus, o dogma da Imaculada Conceição, declarando-o solenemente: “(...) pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada imune de toda a mancha de pecado original no primeiro instante da sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus omnipotente, em atenção aos méritos de Jesus Cristo Salvador do género humano, está revelada por Deus; e, por conseguinte, há de ser acreditada firme e constantemente por todos os fiéis”.

Nesta proclamação destacam-se dois aspectos: o da eleição eterna de Maria para Mãe do Filho Unigénito de Deus e o amor divino de predilecção que a cumulou de graça, que é a plenitude da inocência e santidade.

A santidade em Maria é isenção do pecado original e é comunhão esponsal com Deus. Maria possui os dons de Deus, desde o começo, de maneira incomparável. É Deus o início de todo o ser espiritual, é Ele quem rodeia a vida do Homem com um amor redentor, com uma fidelidade amorosa. Em Maria não é compatível o pecado com a sua santidade. Ela é a beleza imaculada, a Igreja santa virgem e mãe, a concretização pessoal da Igreja.

Entre o Antigo e o Novo Testamentos há uma relação de promessa-realização. Em Maria, a Antiga e a Nova Alianças são uma só realidade na sua resposta a Deus, uma resposta pura. Em Maria falta a oposição entre o ser de Deus e o não ser do homem. Ela é a toda entregue a Deus!

Maria é toda bela, isenta do pecado original. O que é o pecado original? É a recusa da graça, é a orientação para o mal, é a orientação para o pecado em vez da graça. É uma necessidade inevitável de pecar. É não viver no dinamismo da graça; se o Homem vivesse o dinamismo da graça desenvolveria as suas capacidades em comunhão com Deus.

O dogma da Imaculada destaca, em Maria, a capacidade radical de diálogo com Deus. Deus concedeu-lhe o privilégio de ser imaculada em vista de uma vida santa, confirmada pela missão de Maria na História da Salvação: ser a Mãe de Seu Filho, a própria Santidade! Maria começa a existir numa situação de tal proximidade com Jesus que é livre de toda a determinação no mal.

A Humanidade reencontra, em Maria, a possibilidade de prosseguir a marcha radical projectada por Deus no seu desígnio eterno de salvação. Nós, cada um de nós, somos membros desta Humanidade e dentro de cada um de nós há uma realidade transcendente que não pode ser contaminada. O divino, Deus, habita em nós. Maria é exemplo desta habitação de Deus e, por isso, devemos alegrar-mo-nos por um ser humano nos poder ensinar o caminho do divino, da plenitude que há em nós.

Deus deu-se-nos totalmente. Celebrar Maria é descobrir nela o que descobrimos em Jesus: a absoluta presença de Deus num ser humano. Em Maria, descobrimos que Deus é encarnação. Ela é Imaculada porque Deus está nela e este é o dom que Deus concede a todos os seres. Deus actua sempre em nós por pura graça, antes de o merecermos.

O tempo de Natal que vivemos convida-nos a sentir e a experimentar mais intensamente esta presença de Deus. Maria soube ser tabernáculo, soube acolher Deus! É tempo de, com a Senhora Imaculada do Sameiro, rodeada pelo amor redentor e santificador de Deus, descobrir a “pérola” preciosa que está dentro de nós. A Senhora diz-nos: “Deus está em ti, Deus faz (é) parte de ti, que não deves nem podes ofuscar!” Se fizermos esta redescoberta todo o nosso ser será luz!

A Senhora do Sameiro nos ajude a sermos “arcas de Deus”, que transportam Deus, a Luz, para o nosso mundo, para o nosso país, para os que vivem à nossa volta envoltos em trevas e que, aos pés da Mãe, suplicam: “Ó Senhora Imaculada, ajoelhados a teus pés, confiamos mais uma vez!”


Arnaldo Vareiro